A Linha do Nazarendo!
Hê! Hê! Sou pai Nazarendo! Eu mesmo pedi o nome, para nunca
esquecer que no tempo que era escravo tudo de mal acontecia! Nem tudo era para
acontecer! Mas eu vivia choramingando que eu era um azarado e dessa forma até
um bem vinha seguido de um mal.
Eu mesmo transformava o bem em mal.
Como? Simples, era um
pessimista nato! Nasci escravo, cresci ao lado de mãe. O sinhô vendia os filhos de escravos, eu não
vendia, sinhá a mim se afeiçoara, mesmo assim eu reclamava. Até o dia que na hora de
buscar o moleque vendido o feitor não o encontrou e me vendo por ali, me pegou
e me entregou! Nunca mais voltei!
Na outra fazenda, passei a me azarar! Nunca incentivava nada!
Ninguém contava planos para mim, porque era contar e o plano não dava certo. Com
certeza se ganhávamos uma goiaba cada, a
minha vinha bichada, se sinhá mandava roupas, a minha não servia! Sempre
passava no lugar errado na hora errada. Os negros aprontavam e ninguém pegava, eu
que nada sabia tinha que estar no local na hora que o feitor descobria! Às
vezes era trabalho dobrado ou passava só a água preso na corrente ou umas dez
chibatadas.
Sinhô acabou achando que eu era fraco da cabeça, impossível ser
tão burro!
- Deixa ele, é retardado! Vai trabalhar com corrente nos pés, não vai conseguir sair para aprontar! - Sinhô determinou.
Assim vivi até morrer!
Muito tempo para descobrir que o meu azar era eu que atraía
de tanto que acreditava que o azar me perseguia.
Trabalho na umbanda, quase não incorporo e tem alguns anos
tenho minha falange! Trabalhamos com o pessimismo humano, com os azarados da
vida, que como eu em vida, só atraem a negatividade, trabalho quando a Lei permite minha
ajuda!
É fiarada, é melhor mudar o pensamento, um pensamento errado
e o caminho fecha, se você não lutar contra o pessimismo! Pai Nazarendo ajuda
você se levantar, mas o que perdeu demorará a voltar, se voltar!
Pai Nazarendo
Luconi (Marcia Maria)
12-05-2023
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