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sexta-feira, 15 de julho de 2011

OGUM DE RONDA MENSAGEM



Lá no céu infinito,
cavaleiros navegam,
em seus cavalos alados.

Fazem a ronda de sempre,
recolhendo aqueles,
que a Lei extrapolaram.

O trabalho é imenso,
mas eles não se cansam,
apenas se entristecem.

Quando eles são acionados,
o ser já extrapolou,
da lei todos os limites.

O seu emocional,
terão que esgotar,
e isto implica sofrer.

Para um guerreiro da luz,
não há tristeza maior,
levar um irmão para esgotar a negatividade. 

Sabem que muito tempo passará,
até eles estarem prontos,
para voltarem para a luz.

Mas quando este dia chega,
eles vão radiantes,
o irmão resgatar.

Então os entregando à Luz,
com lágrimas nos olhos,
os cavaleiros se ajoelham.

Ao Pai agradecem,
pela alegria recebida,
de um irmão estar salvo.

Então se ouvem os cânticos,
que os anjos entoam,
pois um filho pródigo,
ao Pai retornou.

 Caboclo da linha de  Ogum de Ronda.
psicografado por Luconi
14-07-2011


segunda-feira, 11 de julho de 2011

ZÉ PRETO PRECONCEITOS EXEMPLOS




Seu menino quer saber que tipos de preconceito encontramos na Umbanda, e eu lhe digo seu menino, as mais variadas e absurdas.

Seu menino gosta muito de tudo bem explicadinho, então eu vou lhe dar alguns exemplos dos preconceitos que encontrei.

Como já percebeu, pois seu menino é reparador, quem aqui lhe fala não é o Zé Pilintra da postagem anterior, mas sou eu o Zé Preto falange irmã da do Zé Pilintra, agora o menino quer saber o porquê da troca, isto é simples de explicar, é por que, seu menino, tenho com você grande afinidade.

Vamos lá a sua questão, preste bem atenção, e tire as suas conclusões.

Um dia num terreiro, procurado por muita gente, estava lá eu, incorporado em meu cavalinho, quando um filho da corrente, pelos sessenta anos e com mais de três luas grandes de terreiro, em meus pés se postou. Parecia mesmo que ele tinha sério problema, mas a cor em sua aura mostrava uma negatividade muito grande.
Era um filho que sempre me procurava pedindo ajuda para alguém de sua família, por ele mesmo pouco pedia, era bem sucedido e com o rabo preso para falar de sua vida íntima uma vez que andava sempre do outro lado da cerca. Eu não sou juiz, tento mostrar o erro, mas o livre-arbítrio é de cada um.
Então esse homem, todo esbaforido começou dizendo:
- Seu Zé Preto, hoje para conseguir falar com o sr. demorou.
Eu dei minha risadinha e fui dizendo: - Filho eu estava atendendo caso que era de doença, sempre é mais demorado, preciso cuidar da parte espiritual, dar uma proteção maior porque a matéria está afetada e buscar um guia de cura para cuidar na espiritualidade da matéria da filha. Mas neste caso o filho pode ir com outra entidade, todos fazem um bom trabalho.

Então seu menino, eu que fui nego tição na última encarnação, tenho que escutar:
-Mas Zé Preto o seu cavalo é um dos poucos brancos que estão incorporados, tenho mais confiança.

Pois é seu menino, até eu que tenho que não mostrar o que sinto, tive que pedir uma bicadinha de marafo, para dar tempo de firmar em meu Senhor e pedir paciência.

Tenho um cavalinho que frequentava um terreiro de porte médio, há tempo eu não gostava de algumas coisas que assistia ali, a chefe era muito orgulhosa e eu já tinha sido avisado pelos irmãos da esquerda que ela andava cobrando trabalhos de caridade. A espiritualidade estava de olho, aguardando o desenrolar da situação, no entanto com os filhos de terreiro ela sempre fazia longas explanações sobre a necessidade de acolherem em seus corações todo aquele que necessitava de ajuda, que a humildade e caridade deveriam estar sempre em primeiro plano.

Um dia houve uma festa no centro e quando a assistência se retirou, ficando só os filhos, meu cavalinho já desincorporado se aproximou de um rapaz, que em outros tempos era muito alegre e falador e ultimamente vinha se mostrando triste e taciturno. Puxou conversa no intuito de ver o que acontecia, então o rapaz lhe disse:
-Pensei que você também estava me excluindo. -disse o rapaz
-Por qual motivo eu o faria? Quem o está excluindo?
-Ora eu só estou nesta festa porque a semana passada o baiano da madrinha me chamou para dizer que fazia questão, que sabia o que se passava e estavam trabalhando.

-E o que se passa?
-Fiquei desempregado, já algum tempo, acabou minhas reservas, como sabe não sou casado, mas tenho obrigação em casa, meus pais são pobres. Então aceitei um bico de faxina num prédio. Tive o azar de encontrar neste prédio um filho aqui do terreiro, que ao me ver fez de conta que não me conhecia.
-Pois bem, na outra semana na gira, já me isolaram.
-Quem te isolou?-perguntou o meu cavalinho.
-Quem? O pai e mãe pequenos, e mais uns três médiuns, mal me cumprimentaram. Sem contar que a Mãe me chamou para conversar sobre a mensalidade em atraso, sendo que ela sabia da situação, tenho que acertar eu sei, mas como disse a ela agora eu vou conseguir acertar. Estou desanimado, não quero ajuda financeira, mas bem que esperava uma ajuda moral.

Meu cavalinho, com todo seu senso de justiça, e já se doendo pelo amigo disse:
-Se isto for verdade, este terreiro não faz o que prega, tem certeza?
-Em que mundo você vive? Nunca reparou que aqui só tem médiuns de classe média? Não reparou que os mais pobres que entram logo se retiram? A última foi Priscila, entrou coitada, é servente em uma escola, separada com três filhos, mora na entrada da favela. Pois bem, não durou dois meses, ninguém dava atenção a ela, pra falar a verdade só os guias, eu tentei fazer amizade quando vi a discriminação, mas logo o pai pequeno disse que ela era separada e eu deveria manter-me afastado, que a casa não admite qualquer coisa entre filhos.

-Nossa eu vi que ela sumiu, sempre a cumprimentei, mas ela se afastava, devem ter falado alguma coisa a ela.

Pois bem seu menino, discriminação porque o rapaz virou faxineiro, discriminação porque a moça era servente e separada.

O resto da história? Bem eu intui meu menino a procurar outra casa e levar o tal rapaz, que com a graça de Deus já voltou a ter emprego em sua função anterior, operador de empilhadeira, nome difícil não é?

Agora seu menino tem os casos dos filhos que vão à assistência, tem terreiro que só de olhar para o consulente os médiuns começam: Olha só com que roupa veio, será que não podia por uma blusa mais discreta? 
Pois é menino, você acha normal? Eu não, porque normalmente as pessoas não fazem por mal, umas é o costume de se vestir outras são tão pobres que se vestem com as roupas que ganham, grandes ou pequenas é o que têm.

Bem seu menino, podia te falar daqueles Umbandistas que não dentro do terreiro, mas no seu dia a dia, discriminam e falam muito mal dos evangélicos, não entendem que cada um tem uma necessidade diferente na alma, que cada um está em um estágio. Outros atiram pedras nos médiuns kardecistas, e atacam deliberadamente o Candomblé, que é uma religião bem diversa da Umbanda, e bem bonita quando se fala do Candomblé puro, todas têm a sua função nesta terra de meu Pai.

Para finalizar falo desta menina a qual estou utilizando para te responder, a linha dela é pura de Umbanda, mas carrega uma missão também no lado da linha branca, pela sua linhagem os seus orixás de direita ou esquerda nunca aceitaram sacrifícios de animais, e ela também nunca teve desejo de fazê-lo, também os seus guias de umbanda muitas vezes indicaram a evangelização para muitos que com eles se consultam, a leitura do evangelho, como forma não só de evoluírem através do aprendizado como também de se cercarem de bons fluidos, boas energias. Por isto muitas vezes em alguns terreiros ela foi apontada como mistificadora, ou então que o espírito incorporado não era quem dizia ser. Ela se entristecia e se afastava do centro, não adiantava tentar mudar a cabeça dos médiuns ninguém muda da noite pro dia, só a experiência da vida pode mudar alguém.

Não vou citar mais casos, já está bastante grande esta mensagem, seu menino sugeriu que se não tivéssemos histórias pra contar, que então colocássemos os exemplos em histórias arquitetadas, se precisássemos arquitetar histórias para dar o exemplo, então é porque o preconceito que Zé Pilintra falou não seria verdadeiro, não existiria.

Seu menino muito me deixa feliz conversar com você, sempre que quiser um dedinho de prosa pode perguntar, a tua dúvida certamente é a dúvida de muitos, desta forma ajudamos a esclarecer muitos.

Desde Zé Preto que, embora o menino possa não acreditar, está sempre que pode com você, fique na paz de Oxalá.

Ditado por Zé Preto
Psicografado por Luconi
Em 11-07-2011