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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

INICIO DA ERA CRISTÃ - NATAL


Irmãos amados unidos na fé, de Nosso Criador, Deus, atuando dentro da corrente do sagrado Oxalá yê, através da Umbanda sagrada e de Jesus Cristo, através do Cristianismo, duas correntes religiosas fortíssimas na Terra, uma é natural, a outra é abstrata, mas as duas defendem e propagam a Lei da Vida através do amor.

Hoje vocês têm a oportunidade de reunirem-se dentro do ritual do sagrado Oxalá yê, para comemorarem o início da era cristã, através do nascimento do não menos sagrado Nosso Senhor Jesus Cristo, e é tão bonitas duas corrente religiosas diferentes, unirem-se para a comemoração de uma delas, que nós espíritos desencarnados atuantes das esferas da mesa branca, nos emocionamos e nos confraternizamos com os espíritos labutadores da Umbanda.

Sim, nós deste outro lado da vida sempre fomos ajudados e ajudamos os espíritos que incorporam a Umbanda aliás, estes mesmos orixás sagrados, há dois mil anos atrás auxiliaram e sustentaram a nova religião nascente, certos que Deus Onipotente mandava um novo mensageiro de Luz a Terra, para o auxílio da evolução de milhões e milhões de espíritos.

Infelizmente na Terra a maioria dos seguidores das diferentes correntes religiosas é radicalista e se digladiam entre si, que pena perdem tempo precioso que deveriam aproveitar para evoluírem dentro da corrente religiosa que suas missões foram destinadas.

Por isso irmãos hoje aqui nós agradecemos pela nossa vitória, Umbandistas e Kardecistas que aqui se mesclam e amam e respeitam seus dois anjos de Luz, que se assentam na linha da fé, à direita do Pai Poderoso, como outros anjos de Luz, que fundaram correntes religiosas a Lei da Vida e do Amor, não importando o nome que deram ao Criador, Deus, Jeová, Alá, Olorum, Zambi e alguns outros.


Obrigada irmãos obrigada, todos nós da Umbanda e do Espiritismo  agradecemos e pedimos a vocês que continuem a luta, não desanimem, não deixem o emocional envolvê-los com sentimentos negativistas, a luta é difícil em todos os setores da vida, mas se vocês desistirem perderão a união que faz a força, por isso não desistam é através da vontade de ajudar os seus irmãos que vocês criarão a arma mais poderosa que pode existir, a arma da Fé, regida pela Lei do Amor racional e justo.


Deus os abençoem, Salve Jesus Cristo e Salve Oxalá

Salve a todos.



Ditado por Áspargos
em 20/12/2000



quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A UMBANDA E OUTRAS RELIGIÕES


A Umbanda não foi codificada, como foi o kardecismo em sua origem por Hippolyte Leon Denizard Rivail (Livro dos espíritos, Livro dos médiuns, Evangelho Segundo Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese) a Umbanda foi manifestada e o kardecismo esclarecido, por isso temos muito a aprender com o Kardecismo sobre esclarecimento e eles muito a aprender conosco sobre manifestação.


Costumo dizer que se não temos uma “Bíblia Umbandista”, todos os livros sagrados da humanidade são nossos, para extrairmos o que eles tiverem de melhor, temos a liberdade de estudar a Bíblia Cristã, o Tora (Judeu), O Alcorão (Muçulmano), O Tao Te Ching (Chinês), O Zend Avesta (Persa), Os Vedas (Hindu) e tantos outros.


Não temos 10 mandamentos Católicos, mas nos basta apenas um mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo e Deus acima de todas as coisas”


Não temos sete pecados capitais (gula, avareza, inveja, ira, luxuria, orgulho e preguiça) porque não acreditamos em pecado, mas cremos em vícios e virtudes, nos sete sentidos da vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) dentro de nosso livre arbítrio, onde o que se volta para o ego torna-se vicio.

Não temos 
dogma nem tabu, pois na Umbanda ninguém é obrigado a aceitar nada, mas o conhecimento vai sendo absorvido naturalmente e da mesma forma a própria religião evolui e se adapta.

Não é uma seita religiosa, é 
religião, portanto tem seus fundamentos próprios que devem ser esclarecidos. O conceito de seita é muito antigo e vem da época em que haviam religiões oficiais, onde aqueles que se opunham de alguma forma àquela liturgia, formando grupos dissidentes, eram chamados de seitas e portanto considerados “hereges”, à margem da sociedade...


...Podemos e devemos absorver o conhecimento de outras religiões, ampliando assim nosso universo espiritual. Na verdade temos a aprender com todos e todos têm a aprender conosco, quando a única religião for o Amor, o que existirão serão práticas diferentes deste Amor, Umbanda é a nossa prática do Amor...


...Cada um ou cada grupo umbandista realiza seus trabalhos, sessões, segundo seu ponto de vista, sem deixar de ser umbanda. Cada casa, templo ou tenda é diferente um do outro e todos são centros ou “igrejas de umbanda”. O que há em comum é a essência e não a forma!


Texto extraído de:

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ORIXÁ DO TEMPO - IROKO





Ora vejam, quem vem lá, não sei,  gira, gira, gira sem parar.

Ora vejam será  um Orixá que me parece prateado, ou será que é a sua luz,
que não me permite distinguir a sua verdadeira cor !

Vejam como ao girar um redemoinho se forma e ao passar vai levando toda treva que é sugada por uma enorme espiral e todo ambiente vai se iluminando. 

Olhem como de repente a aura dos irmãos se clarearam e em seus semblantes se nota de repente uma certa paz que ali não estava antes.

 Ele não fala, é um ser natural, talvez um elemental?

Sim, é uma energia intensa, indescretível, com uma força imensa que envolve a médium e esta energia gira, gira, mas quem a vê percebe que é como se fosse uma imensa espiral que se dirige aos altos até a perdermos de vista. 
De repente, por alguns segundos a sua gira para,  sabe que eu vejo sua energia, e de alguma forma inexplicável eu sinto uma presença. 

 Aproxima-se e  sinto que me toca. 

Agora eu sei, é um elemental do tempo, traz consigo muitos, e no anonimato prestam grande caridade a estes filhos de Umbanda.

Mentalmente eu agradeço e desta vez eu escuto:

Não esqueça, todos fomos criados pelo mesmo Pai, cada tipo de vida com uma finalidade!

Foi tudo tão rápido, segundos eu acho e rapidamente aquela imensa energia novamente começa a girar e a médium conectada com aquela energia também gira, gira, até que de repente a energia se vai. 

Inspirado por um amigo
psicografia Luconi

05-12-08


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

TODOS JUNTOS SALVAREMOS A UMBANDA




No inicio do blog após tentarmos explicar a 
nossa Umbanda amada, fizemos postagens falando sobre cada um dos Orixás, colocamos alguns depoimentos de nossos amados guias, depois fizemos três postagens explicando a hierarquia dos Orixás e por fim complementamos com o artigo a Tristeza dos Orixás.


Tudo isso com o único intuito de desmistificar a nossa Umbanda, tão injustiçada, e de todas as formas, pelos incrédulos eu entendo, mas pelos próprios umbandistas que a entendem mal muitas vezes porque não se preocupam nem um pouco em estudá-la, já entram nos terreiros levados não pela vontade de evoluir através da sagrada caridade, mas sim por motivos mil, uns porque se encantam com sua alegria, seus cantos e danças, outros porque julgam que ela existe para satisfação pessoal de cada um, outros porque julgam que ser médium é ser poderoso e outros enfim vislumbram uma forma de ganhar dinheiro com os fiéis menos avisados, com os desesperados pela dor ou com os cegos pela vingança.


É muito triste vê-la tão deturpada, nunca recebemos email que nos pedisse esclarecimentos ou que nos esclarecesse em algum tópico, pelo contrário os que nos procuram querem saber porque não publicamos trabalhos ou mandingas, porque não lemos a sorte pela net, ou seja, nunca leram nenhuma postagem com atenção ou só por se tratar de um blog umbandista só se conectam para obterem mais uma vez vantagens materiais através de nossa amada umbanda.


A umbanda é uma religião e como qualquer religião séria deve ter como seu primeiro e único objetivo a evolução de irmãos encarnados e desencarnados, a caridade é a sua base, e a palavra caridade já diz tudo caridade não se cobra, caridade é espontânea e cheia de amor, todo terreiro de umbanda deve seguir os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, a lei é igual para todos não muda nunca, pois foram as leis ditadas por DEUS, se ires a um terreiro umbandista e uma dessas leis não forem cumpridas, seja por quem for, inclusive guias, pois estes também estão em evolução e portando não são perfeitos deve-se imediatamente tentar corrigir, se o erro vem da base, do dirigente do terreiro, as vezes não convêm entrar em conflito, melhor retirar-se da casa sem nenhum comentário e deixar que a própria espiritualidade corrija o irmão em questão.


Às vezes se tivermos oportunidade ao invés de apontar um erro causando um escândalo, é melhor dar tempo ao tempo e através de bons exemplos esperar que o erro desapareça aos poucos, lembrem-se ninguém é perfeito, sempre poderá haver alguma coisa que não aceitamos, mas se o que não aceitamos não estiver infligindo as leis do amor e da caridade, devemos entender que diferenças entre seres humanos são normais, o importante é a união, o amor, a caridade e a humildade.


Gostaríamos muito de formarmos um grupo on-line para salvarmos a nossa Umbanda, trocando idéias, tirando dúvidas e principalmente trocando ensinamentos, nós temos muito a dar, mas sem dúvida temos muito mais a aprender


Como fazer, clique em comentários e converse conosco, poderemos responder no blog ou através de seu email, também se tiverem algumas mensagens espirituais para dar nos mande através de email e nós a publicaremos constando a autoria de quem nos mandou.


Vamos nos unir, um grão de areia junto a outros tantos formam extensas praias, precisamos de vocês.


LUCONI E EDSON
06-ll-08

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A TRISTEZA DOS ORIXÁS FERNANDO SEPE




Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que trás em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas..

Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha se escondido  nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.

Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e se dirigiu  ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos se agitaram. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.

Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:

_ Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? _ ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.

_Desculpe, sabe, ando meio ocupado_ Respondeu um triste Ogum.

_Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.

_É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãezinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles...Estou cansado...

Ogum retirou seu elmo, e por detrás
  de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.

Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.

Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.


Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza – se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna – se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.

Isso magoava Ogum. Como magoava:

_ Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá - la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando – na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição...

Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado...

Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não aguentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava – se por sua alfanje da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.
Ele também deixou sua alfanje aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via – se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia – se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam – se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso...

Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.

Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.

Um a um, todos foram despindo – se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.

Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pomba-gira, sua companheira eterna de jornada.
Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam – se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!
E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram – se de tudo. Exu e Pomba-gira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Enúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando – o a figura do Diabo:

_Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! _ Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.

Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:

Espere!_ pensou Iemanjá!_ Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.
E logo Iemanjá colocou – se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou – se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu – se de sua roupa sagrada, pra igualar – se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
_ Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores  nesse, mas às vezes triste, abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam – nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir...

Quando Oxalá calou – se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam – se nesse ideal. E aquilo alegrou – os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram – se em amor e compaixão pela humanidade.

Em Aruanda, os caboclos, pretos – velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram – se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.

Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem – aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam – se. O alto os abençoava...

Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pomba-giras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.

Miríades de espíritos foram retiradas do baixo – astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.

Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou – se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.

Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem – se disso.

E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem – se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.

Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.



Lembrem – se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem aos Orixás. Sejam luzes, assim como Eles!


Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)
Texto extraído do JUS-JORNAL DE UMBANDA SAGRADA
Por Fernando Sepe

domingo, 19 de outubro de 2008

ORIXÁ NATURAL, INTERMEDIÁRIO E INTERMEDIADOR




Nas duas últimas postagens falamos um pouco sobre os Orixás Ancestrais, e nesta postagem gostaríamos de falar um pouco sobre os Orixás Naturais, principalmente no que se refere às suas hierarquias.

Vimos que na Coroa Divina temos sete essências divinas, portanto sete Tronos essenciais, cada Trono projeta-se dando origem a dois pólos positivo e negativo, ocupados por dois Orixás Naturais, que são irradiadores de suas qualidades essenciais.

Os Tronos assentados nos pólos deste terceiro nível já são diferenciados e os identificamos como masculino ou feminino, positivo ou negativo, ativo ou passivo, universal ou cósmico, irradiação contínua ou alternada, etc....

Estes novos Tronos na Umbanda denominamos de “Orixás Naturais” pois já são diferenciados em sua natureza, qualidades, atributos e atribuições, nem todos são conhecidos porque não tiveram seus nomes divinos adaptados à forma humana, não foram humanizados, os nomes dos tronos são mantras ativadores de seus magnetismos, irradiações, energias, qualidades, atributos e atribuições, os mestres de luz conhecem os nomes mantricos, mas não têm autorização para os revelar, caso revelem a escrita de alguns não revelam a sua pronuncia.

As sete projeções dos sete Tronos essenciais criam quatorze polos magnéticos, sete positivos e sete negativos, que se projetam e criam novos polos ao todo quarenta e nove polos positivos e quarenta e nove polos negativos, criando assim
o quarto nível vibratório que é o nível dos Tronos Intermediários.

Este quarto nível projeta-se e forma-se o quinto nível que é dos Tronos Intermediadores.

O quinto nível por sua vez também se projeta formando o sexto nível vibratório, cujo magnetismo é o mais próximo do nosso, de onde vem os orixás dos médiuns, tanto de umbanda como de candomblé.

Todo médium tem o seu “santo” de cabeça, mas estes são Orixás do sexto nível, que começaram a surgir a partir do segundo nível vibratório, quando os Tronos se irradiaram surgiram dois polos diferenciados, um masculino e outro feminino, um irradiador e outro atrator, um positivo e outro negativo, etc.., deram início assim a hierarquias distintas, com um único objetivo de amparar a evolução dos seres, das criaturas e das espécies.

Os Orixás Intermediadores são os responsáveis pelas linhas de ação e de trabalho que atuam nos templos de Umbanda, é através destas linhas que os espíritos que se reintegraram às hierarquias se manifestam durante os trabalhos espirituais, usando nomes simbólicos que identificam a qual linha estão agregados.

Muitos destes Orixás Intermediadores são espíritos que já evoluíram para outros níveis e hoje retornam para acelerar a evolução espiritual dos seus afins que ainda não concluíram o estágio encarnacionista ou ainda estão muito ligados ao plano material.

Os Tronos Intermediadores criaram suas hierarquias de ação e trabalho, algumas já com vários milênios de idade, para melhor atuarem no astral junto aos espíritos ou no material junto às pessoas espalhadas nas mais diversas religiões.

No astral as linhas de ações e trabalhos tem o nome de “ordens”; e seus regentes são os Orixás Intermediadores, ou espíritos ascencionados que reassumiram seus graus de Tronos Intermediadores, os quais deixaram vagos quando encarnaram, para auxiliarem seus afins no estágio humano da evolução.

Uma grande parte das linhas de ação e trabalho da Umbanda são dirigidas por Tronos humanizados, ou seja que encarnaram, desenvolveram uma consciência e toda uma religiosidade humana e hoje estão aptos a entenderem o nosso comportamento, diferente dos seres encantados que são seres que não encarnam.

Os Orixás Intermediários assentam os Tronos humanizados à direita ou esquerda, abrem-lhes os mistérios dos regentes planetários e os religam com seus ancestrais, em seguida os religam magnética, energética e vibratoriamente com um dos quatorze Orixás Naturais e este Orixá os regerá para onde o Orixá Intermediário que os assentou achar mais útil para os espíritos humanos.


Texto extraído no livro “Código de Umbanda” psicografado por Rubens Saraceni.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

ORIXÁS ANCESTRAIS CONTINUAÇÃO


IMAGEM: UMBANDA É AMOR ( twiter)




Em nossa publicação anterior fizemos uma explanação rápida, sobre os Orixás ancestrais.


Cientes que nem tudo foi aberto para a humanidade, entendemos que muito de seus mistérios são vedados para nós.


Contudo gostaríamos de nessa publicação, complementarmos a publicação anterior.


Vejamos existem sete tipos de magnetismos, que são planetários e multidimensionais, que são em si mesmo uma individualização de Deus.


A estas individualizações de Deus denominamos como divino Trono das Sete Encruzilhadas, pois ele reúne em si mesmo os sete aspectos (vibrações e essências) divinos. Desta sete irradiações surgiram os sete Tronos que formam a Coroa Divina, ou seja, o primeiro nível vibratório do divino Trono das Sete Encruzilhadas e também surgiu as sete telas planetárias multidimensionais onde tudo o que acontece é refletido e chega ao conhecimento do “Logos” planetário.


As sete telas são sete vibrações magnéticas.
Os sete Tronos são as sete irradiações energéticas essenciais.


As telas e os tronos têm o mesmo nome, pois as telas são as refletoras do Trono das Sete Encruzilhadas, e os Tronos são seus irradiadores para o primeiro nível ou nível essencial.


Então temos:


Tela Cristalina -Trono Cristalino - Tela da Religiosidade - Trono da Fé


Tela Mineral - Trono Mineral - Tela da Concepção - Trono do Amor


Tela Vegetal - Trono Vegetal - Tela do Raciocínio - Trono do Conhecimento


Tela ígnea- Trono ígneo - Tela da Razão - Trono da Justiça


Tela Eólica Trono Eólico Tela da Ordenação Trono da Lei


Tela telúrica - Trono Telúrico- Tela do Saber - Trono da Evolução


Tela Aquática - Trono Aquático - Tela da Criatividade -Trono da Geração


Portanto cada irradiação (essência) divina , forma um trono, este trono projeta-se dando origem a dois pólos magnéticos, positivo e negativo, que são ocupados por dois Orixás Naturais que irradiadores de suas qualidades essenciais. O Trono ao projetar-se mantem uma irradiação neutra ou essencial, que traz em si qualidades essenciais do Trono que as irradiou.


Do pólo positivo e o negativo formam uma linha eletromagnética que cruzam a irradiação neutra do Trono que originou o surgimento da linha que eles pontificam.


Portanto a hierarquia Divina que rege o planeta é o Setenário Sagrado, formador da Coroa Divina, tem nos sete Tronos essenciais o seu primeiro padrão e nível vibratório, tem nos dois pólos assentados de cada uma das sete irradiações projetadas o seu terceiro nível ou padrão vibratório.


Os Tronos assentados nos pólos deste terceiro nível já são diferenciados e os identificamos como masculino ou feminino, positivo ou negativo, ativo ou passivo, universal ou cósmico, irradiação continua ou alternada, etc...


Estes novos Tronos são denominados na Umbanda de “ Orixás Naturais”, pois já são diferenciados em sua natureza, qualidades, atributos e atribuições.


(Texto extraído do livro "O Código de Umbanda" obra inspirada pelos Mestres de Luz: Sr Ogum Beira-Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li-Mahi-An-Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografado por Rubens Saraceni.).

domingo, 7 de setembro de 2008

ORIXÁ ANCESTRAL





Os Orixás Ancestrais são essências por onde DEUS (OLORUM) flui o tempo todo se manifestando a todos e em todos os níveis.

No meio humano costuma-se idealizar os orixás ancestrais como divindades naturais, o que não é correto, pois os orixás ancestrais não são um ente em si, mas tão somente um “estado” do Divino Criador.

Vislumbramos Deus no cristalino em um sentido, em uma essência, e o vislumbramos no vegetal em outro sentido, em outra essência, etc...

Portanto os orixás ancestrais são estados do Criador e nada mais nos atrevemos idealizar , muito pouco sobre eles foi aberto para
a humanidade.

São sete as essências que formam o Setenário Sagrado, portanto sete Tronos Essenciais, as quais estamos ligados, pois através de uma dessas essências é que temos evoluído.

Nosso Divino Pai nos criou em uma dessas sete essências e no decorrer dos tempos vamos vivenciando estágios evolutivos que nos facultarão a incorporação de todas as outras seis essências.

Somente tendo-as em nós mesmos e vibrando-as a partir de nosso íntimo, ascenderemos em harmonia e equilíbrio para o Pai Todo Poderoso, nosso Criador, ou seja a Ele retornaremos.

Os Orixás Ancestrais, são anteriores e hierarquicamente superiores aos Orixás Naturais, regentes de muitas dimensões de vida em nosso planeta.

Os Orixás Ancestrais se manifestam de dentro para fora no ser, vejam todos nós temos uma semente original que denomina mental, esta semente tem o formato ovalado e na literatura espírita é chamada de ovóide.

O ovóide através de poros especiais capta essências puras(originais), que circulam em todos os campos vibratórios. Mas através de cordões invisíveis, o ser mental é alimentado pelos orixás essenciais assentados na Coroa Divina, pois a ela todos estamos ligados mentalmente.
Desta forma, através dos cordões invisíveis aos nossos olhos, os orixás essenciais vibram dentro da semente original de cada ser.

Os Orixás essenciais desta forma tanto podem estimular um ser mentalmente, como pode paralisá-lo ou anulá-lo e neutralizá-lo em algum dos sentidos. Tudo depende da necessidade que o filho apresenta para a sua evolução.

O Orixá Ancestral é a ligação direta do filho com o Pai.

Sete são as manifestações Divinas assentadas na Coroa do Pai.
Sete são os Tronos Regentes de todo planetário.
Sete são os Orixás ancestrais.



1 – Orixá Ancestral cristalino.

2 – Orixá Ancestral mineral.

3 – Orixá Ancestral vegetal.

4 – Orixá Ancestral ígneo.

5 – Orixá Ancestral aéreo. (eólico)

6 – Orixá Ancestral telúrico.

7 – Orixá Ancestral aquático.



Texto extraído do Livro Sete Linhas de Umbanda
psicografado por Rubens Saraceni.


terça-feira, 2 de setembro de 2008

QUEM É PRETO VELHO?



Pretos velhos, já pararam para pensar no significado deste tema “Preto Velho” ?

Sem dúvida nenhuma a maioria dos irmãos espíritas, usam este termo para qualificar, distinguir uma determinada falange espiritual, mas é só, nem por um momento se aprofundam em seu significado, pensam simplesmente que é a falange de escravos velhos, que desencarnaram como tal nesta terra e nada mais.


Preto velho, quanto, mas quanto, este termo é profundo, ele representa a Humildade, a Simplicidade daqueles que evoluíram através dos séculos em direção ao amor Divino.

Quantos espíritos titulados “pretos velhos” em outras encarnações não foram doutores, filósofos, matemáticos, padres, apóstolos, reis, monges orientais, magos, etc....., quantos, quantos eu lhes pergunto?

Ora vocês bem sabem que após a reencarnação o espírito readquire a sua Identidade Integral, voltando aos poucos a sua “inteligência” todas as reencarnações passadas e os ensinamentos adquiridos nelas, também é sabido que um espírito desencarnado pode apresentar-se da forma que lhe aprouver, conforme a sua evolução, portanto um preto velho que foi um filósofo em outra encarnação como tal poderia se apresentar, da mesma forma que um médico em sua última reencarnação pode se apresentar como preto-velho se através de sua existência como espirito ele alcançou tal grau de evolução.

Por isto meus irmãos, é que os Pretos Velhos são considerados a falange mais doce, a mais simples e a mais humilde das falanges que fazem parte da umbanda, são também os mais pacienciosos, sempre prontos a perdoar, a por “panos quentes”, preferindo eles dar grandes voltas para chegar a um objetivo do que ir diretamente a ele, se isto for causar mágoa em alguém.

Só utilizam medidas drásticas em último caso, têm como companheiros de trabalho as almas (espíritos desencarnados a procura de luz), que eles em sua sabedoria infinita ajudam dando-lhes tarefas, ensinando-as assim o lindo caminho da real caridade, preparando-as para uma futura reencarnação.

Entenderam que existe na corrente espíritos que não foram escravos nem pretos, mas a maioria foram sim preto(a) e escravo(a), inclusive há muito tempo foram eles que iniciaram esta linha.

A estes Pretos(as) velhos(as) eu pergunto, qual seria a razão de vocês terem desejado resgatar suas últimas dívidas como escravos, tratados muitas vezes como animais, perdoando a cada chibatada, a cada dor, na certa nesta posição se colocaram para amparar espíritos fracos encarnados na mesma situação ou talvez através de seu exemplo de humildade e paciência, fazer brotar a semente do amor em seus algozes.

Vocês que aguentaram a escravatura até o fim de seus dias terrenos, aproveitaram a jornada para derrubar as suas últimas fraquezas, seus últimos vícios, vocês que separados de seus filhos de sangue, se tornaram Pai e Mãe de muitos filhos espirituais, a todos  por tudo que têm feito na seara do amor Divino, eu elevo o meu pensamento de amor, o meu pensamento de agradecimento, pois a  existência desta linha é a prova que só o Amor, a Caridade e a Humildade poderão nos conduzir a espiritualidade Maior.

Ditado por Gilson Gomes
em 13-05-82

domingo, 31 de agosto de 2008

DIÁLOGO COM UMA PRETA VELHA



ENTENDENDO A LIBERDADE



Dia desses estava pensando sobre a liberdade que existe no templo
religioso que eu frequento. Explico:


A Entidade espiritual de chefia do templo, apesar de seu médium seguir uma determinada vertente da umbanda e de aplicá-la na forma de funcionamento e de dinâmica de trabalhos do cujo, não inibe e nem proíbe de forma nenhuma que seus filhos de fé venham a estudar outras vertentes da umbanda.

Estava mesmo a divagar tentando entender o porquê da Entidade chefe permitir o acontecimento deste tipo de situação no templo, por que a meu ver muitas vezes a pluralidade não significa obrigatoriamente conhecimento e evolução ordenados.

Eu estava a pensar, pensar e pensar quando de repente, numa espécie de sonho acordado, eu me vi na frente de uma negra velha, que estava numa cadeira de balanço a se mexer para lá e para cá.

 Sem pensar duas vezes ajoelhei-me na sua frente, cruzei o solo na minha frente e me atrevi a lhe dizer:

A bênção Vovó.

Zambi que lhe dê luz e forças, mas pode ficar de pé, zifio.

Sim senhora.

Suncê é bastante curioso e perguntador, não é zifio?

E bastante “quadrado” eu respondi:

É vovó…

Essa nega véia pode fazer uma pergunta pra suncê?

Mas é claro, sim senhora!

Zifio, onde é que está a liberdade?

A liberdade? Sinceramente eu não sei.

A liberdade está no dinheiro?

Penso que não porque existem muitos ricos que encontram-se encarcerados no materialismo.

E estará ela na pobreza, zifio?

No meu modo de ver não porque existem muitos pobres, materialmente falando, que se encontram presos às reclamações, insatisfações e desesperanças do seu dia-a-dia.

E por acaso ela estaria no amor?

Acho que não porque existem muitas pessoas com amor de mais ou de menos por alguém, mas que se encontram presos ao desamor por si próprias.

Então zifio, onde está a liberdade?

É como eu lhe disse vovó, sinceramente eu não sei?

Como não zifio se suncê acabou de responder pra esta nega?

Eu?

Claro, não foi suncê que acabou de dizer que o dinheiro e o amor não libertam ninguém se por dentro os zifios se sentirem presos a visões deturpadas sobre qualquer um dos sete sentidos da criação divina que são: conhecimento, lei, justiça, fé, evolução, amor e vida?

Eu disse isso vovó?

Claro, suncê não acabou de dizer pra nêga que ter alguém para amar necessariamente não torna o amante livre se ele estiver preso ao desamor por si próprio?

Sim

E isso não quer dizer que este amante encontra-se com a visão deturpada no que diz respeito ao divino sentido da criação divina que é o amor?

Sim.

Então suncê respondeu mesmo pra nega onde é que tá a liberdade.

Como assim?

Ora zifio a liberdade tá dentro de suncês, na luta que ocês deve fazer a cada dia pra se libertar de seus vícios, mazelas, imperfeições e erros no que diz respeito à Lei Maior e à Justiça divina.

 A liberdade é questão de suncês procurar conhecer e praticar cada vez mais as verdades sobre a lei de amor e caridade.

 É como disse o Homem grande da cruz né zifio: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

É verdade vovó.

Se suncê sabe que é verdade, porque estava questionando a forma como o mano que é o chefe espiritual da casa de caridade que suncê frequenta lida com a maneira como os cavalinhos, que é seus filhos de fé, busca o estudo e o conhecimento sobre a religião que suncês professam?

Eu não estava questionando, sabe vovó, estava querendo é entender.

 E quem não entende questiona para que possa alcançar entendimento, não é?

 E eu visivelmente envergonhado e boquiaberto com a sabedoria daquela Entidade amiga respondi:

É vovó.

Não se envergonhe nunca de querer questionar o que não entende porque todo questionamento que busca um aprendizado sobre as coisas de Zambi é notadamente válido

 Só não se esqueça que o conhecimento de muitas coisas só acontece com o tempo e que o conhecimento de outras leva tanto mais de tempo que uma encarnação não é suficiente para aprender.

 Peça sempre ao Criador que lhe dê sabedoria para discernir uma situação de outra e humildade para aceitar o que ainda não for lhe permitido conhecer.

Sim senhora, vou procurar fazer minhas preces cada vez mais pedindo a sabedoria e a humildade para minha vida.

Muito bom zifio e Zambi que lhe proteja e lhe guarde.

 Agora zifio responde pra esta nêga véia: um copo com água possui qual líquido em seu interior?

Com todo o respeito do mundo que tenho a toda e qualquer Entidade espiritual, mas esta pergunta da vovó parecia ter a resposta tão óbvia que eu comecei a pensar se ela estava deixando de falar coisa com coisa.

 Mesmo assim, e com todo o respeito eu lhe respondi:

Água.

E se suncê derramar esta mesma água em cima de uma mesa, qual líquido você verá derramado na mesa?

Água.

E se suncê retirar a água da mesa e jogá-la no chão, qual líquido estará derramado no assoalho?

Água.


E por último zifio, e se suncê passar um pano no chão e retirar toda a água, qual líquido estará no pano?

Água.

A mesma água que estava dentro do copo, não é zifio?

Isso.

— Suncê deve tá achando que por tanto falar em água, ou nêga véia é doida ou então tá morrendo de sede, não é zifio?


Meu Deus, como eu ri neste momento.

 Ri mesmo, ri de doer o abdômen e pensei comigo mesmo: Meu Deus, como tua criação é perfeita!!! Que conversa maravilhosa e que Entidade maravilhosa!!! E só depois deste breve, mas sincero agradecimento foi que eu olhei para a vovó e respondi.


Olha vovó para ser sincero com a senhora eu devo dizer que pelo fato de não estar entendendo aonde a senhora quer chegar com esta história de água eu cheguei a pensar mesmo que a senhora não estava dizendo coisa com coisa.

É zifio muitas vezes a ansiedade faz suncês pensar e até mesmo dizer coisas bastante malcriadas.

Olha vovó, a senhora me perdoe é que eu só quis ser sincero e…..


Eta zifio essa nêga véia não tava falando de suncê não.

 Na verdade com toda essa história de água esta nêga quer explicar pro zifio uma coisa que pra suncê entender de fato, nêga tem que fazer mais uma pergunta: zifio, seja no copo, na mesa, no chão ou no pano, em algum momento a água deixou de ser água?

Não.

Então zifio, suncê pôde perceber que a essência, que é a água, não mudou; o que mudava era a forma da água porque ela sendo um líquido tinha que se amoldar aos locais em que era inserida; assim, dentro do copo a água estava na forma de copo, no pano a água estava em forma de pano e o mesmo acontecia com a água em cima da mesa e no chão, certo?


É verdade.

Então zifio, entenda que com as vertentes da umbanda a mesma história de essência e forma também se aplica, entende?

— Mais ou menos.


Nêga véia então tenta explicar pra suncê: zifio ao fundar na terra a religião de umbanda o mano Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas fez a melhor definição sobre a essência desta religião que poderia existir: “umbanda é a manifestação do espírito para a caridade”.

 A caridade zifio, foi, é e sempre será a essência desta amada religião que suncê professa; mas a forma pela qual esta essência se mostra zifio é muito variável.


Pra nóis aqui no plano espiritual zifio não interessa a forma, nóis tamo é preocupado com a essência.

 Pra nóis não interessa a forma da umbanda: se ela é umbandaX, umbandaY ou umbandaZ; pra nóis o que interessa é se a prática e manifestação desta prática umbandista leva única e exclusivamente a caridade e ao “religare”(volta dos filhos para Deus) dos filhos de fé com Zambi nosso Pai.

 Entendeu, zifio?

Sim senhora.

E o mano que é o chefe do templo religioso onde suncê frequenta é ancestralmente um ordenador da fé; e o que importa pro mano zifio é se suncês estão encontrando a ordenação da fé de suncês através da essência da umbanda que é a prática da caridade e se isso acontece zifio, o mano tá pouco se importando se um cavalinho que tá fazendo a caridade no templo religioso estuda a umbandaX, ou se outro cavalinho faz curso da umbandaY.

 Pro mano e pra nóis que suncês chama de Entidades isto são só rótulos e rótulos só servem para indicar conteúdos.

 Agora se o rótulo de um cavalinho que faz estudadô de umbanda designar como principal conteúdo deste a essência da caridade, então pra nóis e pro mano tá muito formoso.

 Entende zifio?

Sim senhora.


— Agora o que suncês que são cavalinho, que faz estudadô de umbanda disso e umbanda daquilo não pode e nem deve esquecer é que o mano que chefia os trabalhos do templo umbandista que suncê frequenta vem preparando o cavalinho dele desde a ancestralidade para que exerça a divina e árdua tarefa de ser sacerdote e para que administre o templo da exata forma com a qual ele vem sendo administrado; e se o cavalinho dele encontrou seu “religare” com o Divino Criador através do estudo e prática no templo religioso da umbandaX, então suncês demais cavalinho têm a obrigação de, minimamente dentro do templo religioso, estudarem, trabalharem e procurarem a ordenação da fé de suncês através da vivenciação e prática da forma umbandista que o sacerdote do templo que vocês frequentam também adotou que, no caso, é a umbandaX. Entende zifio?

Sim senhora.

Pois então pratique e respeite isto que esta nêga pede a suncê, pra que suncês também sejam respeitados.

 Entende?

Sim senhora.

— Respeite sempre o espaço religioso e a forma de trabalho do templo que você frequenta.

 São os cavalinhos que têm de se adaptar a forma de ser de um templo religioso e jamais, e sob nenhuma condição, o oposto.

 Agradeça sempre a Zambi pela liberdade que existe no templo em que você frequenta, entenda que esta liberdade exterior que existe para que suncês possam estudar da umbanda a forma que mais agrade suncês, nada mais é do que um jeito da entidade que chefia o templo permitir que cada um dos zifio possa alcançar a verdadeira liberdade, que é aquela que leva suncês ao conhecimento e a prática cada vez mais intensas sobre as leis de amor e caridade. Entende?

Sim senhora.

Use esta liberdade com sabedoria e respeitando as normas e a forma de trabalho do templo religioso que suncê frequenta, buscando sempre a fraternidade e o companheirismo com os seus irmãos de fé sem jamais promover a divisão neste espaço sagrado.

 Jamais se esqueça zifio que todo estudo relacionado às essências das coisas sobre o divino, mesmo que sejam de formas diferentes, serve tão somente para a união cada vez maior dos filhos de fé e jamais para promover o separatismo.

 Entende?

Sim senhora.

Deus é amor.

 O amor une.

 A união liberta.

 A liberdade nos torna responsáveis pela propagação deste abençoado amor que é a caridade.

 Pouco importa a forma, importante mesmo é ao próximo fazer o bem.

 Entendeu zifio ?

E eu, com lágrimas nos olhos respondi:

Sim senhora.

Então saravá, zifio.
 Fique na força e na luz de Zambi nosso Pai.

Saravá vovó de meu coração, vá com Deus.


Gente, não sei precisar por quanto fiquei neste “sonho acordado” , só sei que quando dele eu despertei meus olhos estavam realmente banhados em lágrimas.

 Foi a partir daí que eu me pus a pensar: cada linha de trabalho na umbanda tem o seu encanto e merece todo o nosso respeito, agora dos nossos amados pretos-velhos eu sou “fã de carteirinha”.

 Como é que pode?

 Perto deles eu só sinto vontade de evoluir, evoluir, evoluir e evoluir.

 Quando penso que a evolução é difícil e me sento perto de um deles eu consigo transmutar este pensamento e a achar que é tão fácil, tão fácil.

 Para mim Eles não são melhores que nenhuma outra linha de trabalho da umbanda, mas são os que mais despertam em meu íntimo o desejo de evolução.

 Só mesmo eles me fazem sentir tão cativo seus e ao mesmo tempo tão liberto, mesmo que momentaneamente, de minhas imperfeições.


Liberdade!!! 

Foi devido à incompreensão sobre este divino sentimento que obtive a oportunidade de temporariamente entrar em contato com um ser espiritual desta divina falange.

 E eu, que de alguma forma, até já me sentia livre, com os esclarecimentos, passei a entender melhor a verdadeira liberdade e, assim, a me sentir mais livre ainda !!!

Saravá a liberdade !!!!

Saravá a falange dos pretos-velhos !!!!

Saravá a Pai Tomé !!!!

Saravá ao Senhor Águia branca !!!


TEXTO ELABORADO POR PEDRO RANGEL DE SÁ




fonte: http://pedrorangelsa.blogspot.com/2008_01_01_archive.html