Estou
observando há algum tempo os filhos de Umbanda. Em particular aqueles filhos
que estudam a Umbanda sobre o prisma das Sete Linhas Sagradas. Lembrando que todas as linhas, todos os
Orixás são Sagrados.
Tudo que vem
de Olorum é sagrado. Se vem de Olorum é parte de Olorum, é parte do Criador.
Houve o
levantar do véu que havia sobre os Orixás, serviu para abrir os olhos dos
filhos, foi muito importante, divisor de águas. No entanto, foi o pontapé
inicial.
Os
umbandistas não podem pôr o ponto final em seus estudos como se não houvesse
mais nada a aprender, mais nada de novo para eles claro! Uma vez que todas
estas verdades já haviam sido reveladas há muitos milênios e não foram levadas
em consideração porque a ignorância humana por preconceito, ganância e sede de
poder, fez questão de destruir toda cultura, todo saber de um povo.
Era
necessário dar o pontapé inicial para que os próprios umbandistas fossem atrás
de tais saberes.
No entanto, o
que a espiritualidade assiste são umbandistas colocando o ponto final nos
saberes passados e se tornando radicais.
Cometem o
mesmo erro que os kardecistas cometeram, que colocaram o ponto final como se
mais nada existisse além do que Kardec passou para o mundo não levando em
consideração a época das mensagens, nem as limitações do mental do médium
moldado à época em que vivia.
Assim
acontece na Umbanda, esquecem que só conseguimos passar para nossos médiuns
aquilo que seu mental aceitar, aquilo em que já existe nem que seja uma pequena
raiz. Portanto alguns ensinamentos foram deturpados para que fossem aceitos,
por isso são meias verdades e outros tantos foram rechaçados pelo mental do
médium que claro o fez inconscientemente ou conscientemente achando que eram fantasias
de sua própria mente, mas de alguma forma a espiritualidade cumpriu o seu
propósito, nada mais era esperado, e o médium a sua missão, na época certa o
que faltou viria à tona.
O pontapé
inicial era para que com o tempo os umbandistas se questionassem, dúvidas
fossem levantadas e pesquisas fossem feitas. Nos dias de hoje, já vemos
umbandistas que procuram pesquisar para ampliar seus conhecimentos, mas quando
suas pesquisas o fazem chegar a conclusões que ocasionaria no mínimo debates,
eles se calam e guardam para si as descobertas quando não as rechaçam por pura
comodidade.
Então apenas
peço: O Mestre umbandista levantou o véu e o fez com muita coragem e fé, é
apedrejado por muitos até hoje, mas cabe a vocês pesquisar e descobrir parte da
grande verdade, que há mais de cinco mil anos foi revelada para um povo que por
não ter a mente, recebeu
as revelações e as colocou em prática.
Aliás quem
eram os atrasados? O povo considerado primitivo ou os europeus colonizadores que
destruíram a cultura e a religiosidade de todo um povo?
Um povo que
punha em prática o “Um é todos e todos é um”
Exu João
Caveira (João de Albuquerque)
Psic. Luconi(Marcia Maria)
31-10-2021
Muito bom o texto e fundamental seu propósito. O preconceito finca-se, principalmente no desconhecimento.
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