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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

DE REI BRADJÁ A REI CONGO

 

Chegou de repente, sentou -se em um banquinho, não era um preto velho, isso todos perceberam em sua chegada.

Quem seria? Perguntaram o que ele queria, com um olhar triste, disse que aceitava um pito, qualquer um que dessem para ele estava bom.

Deram um pito de palha, acreditavam que se fosse da esquerda não aceitaria. Ele olhou para o Cambone e sorriu. Nada falou, mas pensou como estão presos a dogmas, a costumes que nada realmente tem a ver. Agradeceu!

Perguntaram seu nome? Ele abaixou a cabeça, apenas respondeu: Ninguém! Cambone, médiuns, tabaqueiro  se entreolharam.

O senhor veio para trabalhar?

Vim porque foi necessário, só me deixar quietinho aqui, vocês continuem os trabalhos.

A mãe pequena incorporou sua preta velha que mandou cantar para chamar toda corrente de pretos velhos do terreiro.

Assim cada médium foi incorporando, todos vinham e iam até a entidade que se dizia chamar Ninguém e a cumprimentavam. Afinal a entidade estava incorporada na sacerdotisa! Na mãe do terreiro.

E lá só observando a entidade ficou! Apesar de intrigados todos continuaram as suas funções no trabalho!

Ficou lá até o final, quando novamente só havia ele ali se levantou , olhou para os filhos, balançou a cabeça!

Ah filhos da fé! Todos se perguntam quem eu sou, não acreditam que sou ninguém, porque ninguém me tornei quando alguém tentei ser! Quando o ego corroendo minhas entranhas me dominou, esqueci quem eu fui, eu tudo podia, minha magia era do mais alto grau, não precisava de ninguém, em minha ignorância tinha certeza de que nas Trevas em pouco tempo teria os meus domínios! Ledo engano!

Tinha sim uma mediunidade muito desenvolvida, que graças ao meu ego foi uma arma útil nas mãos de Magos negros, gargalhavam enquanto eu procurava meus domínios, meu Trono. Sofri muito, violentaram meu ser imortal, para mim só restavam as energias vindas da podridão, recebia de volta os meus atos efetuados com a magia negativa!

Fui resgatado milênio depois por um humilde, simplório preto velho. Nem a umbanda estava concretizada na terra, demorei século dormindo para recuperar meu mental, outro tanto para entender a minha queda e outro me preparando pra trabalhar na Umbanda.

Carrego ainda a culpa que alguns adeptos do mago trevoso, incorporam Quiumbas que dão a eles meu nome!

Hoje aqui vim para que minha história seja um alerta! Hoje querendo ser ninguém,  tornei -me um trabalhador da Umbanda, resgato meus débitos desmanchando energias provindas de energias negativas, trabalho só, cada qual de minha falange trabalha só.

 

FUI REI BRADJÁ NA ÁFRICA

AQUI AGORA SOU REI CONGO!

 

PSIC LUCONI

REI CONGO  no congado vem, vem sozinho e mais ninguém...

 

 

 

 

 

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