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sexta-feira, 26 de março de 2021

ENCONTREI A VERDADE : A UMBANDA NÃO FAZ O MAL

 

Entre alguns acertos e muitos erros, passei minha última encarnação. Não, eu não era mau, não tinha coragem de fazer mal a uma mosca.

 

Mas se não era mau eu era com certeza um poço de orgulho, orgulho que me levou a tomar atitudes erradas ou me levou a me omitir em algumas ocasiões. Após o desencarne, sendo recebido por benditos irmãos socorristas, deparei-me com a verdadeira realidade. Havia realmente outra vida e essa era a vida real, a da Terra era passageira e ilusória.

Foi o primeiro choque, o segundo choque foi receber a visita de uma preta velha, que entrou com o sorriso largo e os olhos repletos de bondade e me disse:- E então meu filho, como está se sentindo?

 Respondi que estava cada dia melhor e perguntei se a conhecia porque ela não me era estranha.

Ela sorriu e disse que havia me visitado assiduamente nos meses antes do meu desencarne, estava me preparando e preparando minha filha e esposa. O meu nome filho, na linha que eu trabalho da Umbanda, é Tia Rita, assim é que sou conhecida, minha identidade da última vida não importa.

Eu estava envergonhado, já reparara que entre os espíritos que ali eu via vestidos todos de branco como se fossem enfermeiros, apareciam de vez enquanto alguns que se trajavam de forma diferente, alguns senhores de calça de algodão cru e uma bata branca simples, senhoras duas ou três como aquela que ali estava, toda de branco, a saia era longa, bata ao invés de blusa e o lenço amarrado na cabeça, também vi dois homens que com certeza eram índios e isso me intrigava. O que faziam ali? Eu me indagava.

Mas agora esta senhora estava ali conversando comigo, será que ela não sabia o meu jeito de pensar na Terra? Isto tudo eu pensava, enquanto ela fazia uma prece a Nosso Senhor. Quando terminou olhou para mim e sorrindo me disse para que eu não me preocupasse, que ela sabia que pertencia a religião que eu abominava quando encarnado. Então eu mais do que depressa me justifiquei:

-Mas minha menina adoeceu e morreu devido a feitiçaria, encontramos dentro do seu travesseiro depois que morreu e foi uma mulher que mexia com essas coisas.

 - Eu sei meu irmão, mas a mulher era uma irmã infeliz e reconheceu em sua esposa uma antiga inimiga de outras vidas, inimiga de feitiçaria, ela se vingou, infelizmente não havia evoluído o suficiente para perdoar. A mulher não era umbandista, a verdadeira Umbanda o mal não pratica.

Senti dentro de mim que era verdade, comecei a chorar e foi um longo choro que ela esperou eu me acalmar e depois me disse que mais para frente eu recordaria de tudo e entenderia o enredo que envolveu minha encarnação. Assim realmente aconteceu, fazendo eu entender tudo.

Mas naquele instante, diante de tia Rita eu percebi o quanto eu era radical devido ao meu imenso orgulho, por causa dessa radicalidade maltratei irmãos desta religião e até debochei abertamente causando mal estar nas pessoas. Julguei uma irmã caída nas redes das trevas por todos que se diziam espíritas. Pedi perdão a tia Rita por tudo que fizera aos irmãos daquela religião e ela sorrindo me abençoou e ainda disse que pra ela não tinha que pedir desculpas, pois a ela eu nada havia feito.

Então me anunciou uma visita, que só esperava este meu momento de entendimento para poder me visitar e ela não entrou pela porta, não, ela apareceu na minha frente, a minha pequena que fizera passagem aos seis anos de idade. Paralisei, não acreditava, perguntei por ela ao irmão enfermeiro que me auxiliava e ele me disse que com o tempo tudo se esclareceria. 

Não imaginem a felicidade, ela, com seus bracinhos em volta de meu pescoço, dizendo: Te amo muito papai. Bem, passamos horas conversando e já passados  alguns  anos sempre que nossos trabalhos permite nos encontramos.

Deixo aqui meu depoimento, porque não existe nada pior que o orgulho descabido, faz que tomemos atitudes que muito nos arrependemos em nome deste orgulho e a radicalidade é sem dúvida fruto deste orgulho.

E também que todos os irmãos, independente da religião, são muito bem vindos na espiritualidade, na luz, cada qual segue o tipo de trabalho que mais se afina com seu espírito, mesmo os queridos irmãos que são guardiões nos limiares das trevas, sempre trabalharão em nome da Luz combatendo as Trevas.

 

Aqui nas moradas do Pai não há divisões, todos são úteis e todos se auxiliam.

 

Que Deus os abençoe.

ditado por Guido Gobbi

psicografado por Luconi

em 27-05-18

 

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