Acho é muita graça,
deste menino danado,
que entra pelo terreiro,
tomado de hipocrisia.
Ele quer ser esperto,
vem até mim,
vai dizendo é assim, assim,
por isto faça algo por mim.
Trata-me como empregado,
a quem se paga salário,
vai logo oferecendo,
o que tu pedires te dou.
Coitado, até dá pena,
não sabe que não me engana,
nem tão pouco me compra,
mas faço eu te conta.
Balanço eu a cabeça,
Senhor, me dá paciência,
um bocadinho de sabedoria,
pra este filho encaminhar.
Não falo que sim nem que não,
preciso ganhar tempo,
para me inteirar da situação,
digo, vou correr gira então.
O pobre mal acostumado,
em terreiros que não são de Umbanda,
apenas usando seu nome,
mas são da outra banda.
Quer me dá alguma coisa,
para se sentir em segurança,
um sebo, pito e marafo,
chame-me que nada mais preciso.
Já sei que vou ter trabalho,
seus protetores procuro,
o melhor acordo vejo,
para o bem encaminhá-lo.
Nossa! Muito demora,
às vezes nem mais me procura,
achando-se por mim enganado,
sem ele saber trabalho.
Nunca mais o largo,
tarefa pega,
compromisso assumido,
compromisso cumprido.
Direcioná-lo pro bem,
esse é o compromisso,
que com o Pai assumi,
e hei de cumprir.
Nada é o acaso,
quando aos meus pés vêm,
é a Lei que os trouxe,
para que eu os conserte.
É sua hora chegada,
de ser esclarecido,
de uma forma ou de outra,
quanto demore não importa.
Assim vou trabalhando,
não tenho pressa,
tudo acontece a sua hora,
tudo tem o seu momento.
O compromisso assumido,
é com o Mestre Divino,
de direcionar todo filho,
que aos meus pés ao acaso traga.
Por isto eu sempre aviso,
pois hipócrita não sou,
se queres que eu te ajude,
nesta vida teus passos,
para sempre vou seguir.
Ditado por Zé Pilintra do Catimbó,
psicografado por Luconi,
em 27-05-2011
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