Gratidão, vem assim, de forma simples,
bem ornada em belo guardanapo,
não belo de ouros e jóias,
pois que estas estão divinizadas
no coração de quem é piedoso.
Bem digo aqui, do rico da singeleza,
digo do prato feito a Nanã pelas mãos de uma mãe zelosa, determinada e guerreira.
Nanã buruquê o orixá que é a mãe e a avó ancestral,
surgida em um tempo indefinido, quando os homens ainda estavam no engenho de Olorum e os planetas volviam-se em criativas construções siderais.
Gratidão revela-se no olhar e nos gestos,
gratidão é a força que move a comunhão entre as árvores e os pássaros, que move o barco e o pescador,
o mar e as marés, o lodo e os gases,
o barro e o alguidar.
Gratidão tenho por todos aqueles que me ensinam,
pois tenho aprendido que com o todo e com todos,
devemos aprender.
Mesmo os que ensinam sem nada dizer, mesmo os que ensinam duramente e intransigentemente, nos dando o modelo de como não fazer.
Gratidão preta velha ensina,
preta velha vive,
preta velha molda e faz.
Saluba Nanã
Olimpio Cesário Prado
Gratidão
ResponderExcluirBelo poema, simples e religiosamente bordado de gratidão.
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